Febre em crianças: Quando se preocupar?

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Febre em crianças é uma das principais preocupações das mães brasileiras. Segundo dados do Ministério da Saúde, 78% dos atendimentos pediátricos de urgência estão relacionados a quadros febris, e a ansiedade materna aumenta significativamente quando a temperatura corporal da criança se eleva. Muitas vezes, a dúvida sobre quando buscar ajuda médica gera ainda mais estresse.

Pediatras da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam observar não apenas a temperatura, mas também o comportamento geral da criança, pois o estado de alerta e a capacidade de interação são indicadores fundamentais.

Febre em crianças menores de 3 meses sempre demandam pronta avaliação médica. Nesta faixa etária, qualquer elevação da temperatura pode indicar infecções graves.

shutterstock_2472682847-1024x658 Febre em crianças: Quando se preocupar?

Primeiro, respire fundo: A febre é (quase sempre) nossa amiga

Pode parecer estranho, mas é verdade. A febre não é a doença; é um sinal de que o corpo está lutando contra uma. Pense nela como o alarme de incêndio do corpo. Chato? Sim. Barulhento? Com certeza. Mas está lá por um bom motivo.

Quando vírus ou bactérias invadem, o sistema imunológico aumenta a temperatura corporal para criar um ambiente hostil para os invasores. É como se os “soldadinhos” de defesa do seu filho ligassem o aquecedor para vencer a batalha. Então, a primeira coisa a fazer é mudar a perspectiva: a febre é um sinal de um corpo que está funcionando bem!

O termômetro não é tudo: Observe a criança

Muita gente diz para focar unicamente no número. “Passou de 38.5°C, é perigoso!”. Mas é importante saber que não apenas o que o termômetro diz, mas como a criança está agindo.

Pense nisso:

  • Cenário A: 38.8°C, mas a criança está brincando no sofá, aceitando líquidos e até sorrindo de vez em quando.
  • Cenário B: 37.8°C, mas a criança está apática, largada, não reage, chora sem parar e recusa qualquer líquido.

Qual cenário é mais preocupante? O B, sem dúvida. O estado geral do seu filho é a sua melhor bússola.

Mas há 7 situações que indicam perigo:

Idade do bebê: Se o seu bebê tem menos de 3 meses e apresenta febre (acima de 37.8°C), não hesite. É hora de contatar o pediatra. O sistema imunológico deles ainda é muito imaturo.

Dificuldade para respirar: Respiração muito rápida, ofegante, ou se você notar que a pele entre as costelas afunda a cada respiração. Isso não é normal.

Manchas na pele: Aparecimento de manchas vermelhas ou roxas que não somem quando você pressiona a pele com um copo transparente.

Apatia extrema ou irritabilidade: A criança não reage, está muito sonolenta, difícil de acordar ou, pelo contrário, está inconsolável e nada a acalma.

Sinais de desidratação: Boca seca, choro sem lágrimas, pouca ou nenhuma urina na fralda por mais de 6-8 horas.

Convulsão: Movimentos de tremores incontroláveis no corpo. A convulsão febril pode acontecer e, embora assuste muito, geralmente não deixa sequelas. Mas a primeira vez que ocorre, exige avaliação médica imediata.

Febre persistente: Uma febre que dura mais de 3 dias sem uma causa óbvia (como um resfriado) merece uma ligação para o médico.

shutterstock_2510173917-1024x740 Febre em crianças: Quando se preocupar?

Quando NÃO se preocupar com febre em crianças

Febre baixa (até 38°C) em crianças maiores de 6 meses que estão ativas e se alimentando bem geralmente não requer urgência.

Febre pós-vacinal é comum e esperada após algumas vacinas. Geralmente dura 1-2 dias e responde bem a antitérmicos.

Febre que cede com medicação e a criança volta a brincar e se alimentar normalmente pode ser observada em casa.

Duração de 1-2 dias em crianças maiores sem outros sintomas preocupantes pode ser viral e autolimitada.

Recomendações finais importantes

  • Sempre observe o estado geral da criança, além da temperatura.
  • Procure atendimento médico imediato caso a criança apresente sinais de alerta (dificuldade para respirar, sonolência excessiva, manchas pelo corpo, fraqueza de nuca, vômitos persistentes ou sinais de desidratação).
  • Nunca utilize medicamentos sem prescrição médica, principalmente antibióticos ou AAS (aspirina).
  • Em caso de dúvidas, consulte um pediatra de confiança. Somente um profissional poderá fornecer orientação adequada para a situação de seu filho.
  • Utilize apenas informações de fontes reconhecidas e siga as recomendações das autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde , CFM e Sociedade Brasileira de Pediatria .

A febre em crianças não deve ser motivo de pânico, mas sim de atenção cuidadosa. Confie na experiência da Clínica Fares para cuidar da saúde do seu filho.

 

 

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