Colesterol não é vilão: entenda por que ele é essencial para o corpo, e quando merece atenção
Tempo estimado de leitura: 3 minutos
É comum ouvir frases como “meu colesterol subiu” com um tom de alarme, como se o colesterol fosse, por natureza, algo ruim. Mas a verdade é outra: o colesterol é uma substância essencial à vida humana. Sem ele, nosso corpo simplesmente não funcionaria.
Na Clínica Fares, acreditamos que compreender a fisiologia é o primeiro passo para cuidar com sabedoria. Por isso, vamos esclarecer esta questão tão presente, e frequentemente mal compreendida.
O que é, afinal, o colesterol?
O colesterol é um tipo de lipídio (gordura) produzido principalmente pelo fígado e também obtido em menor grau pela alimentação. Ele desempenha funções críticas, como:
- Formar as membranas de todas as células do corpo
- Produzir hormônios essenciais (como cortisol, testosterona, estrogênio e vitamina D)
- Participar da digestão, por meio da síntese de sais biliares
- Manter a integridade do sistema nervoso
Ou seja: sem colesterol, não haveria vida humana.
Então por que ele tem má fama?
O problema não está no colesterol em si, mas em como e onde ele está circulando no organismo. Ele viaja no sangue dentro de partículas chamadas lipoproteínas, e é aí que entra a distinção entre “bom” e “ruim”:
- HDL (colesterol “bom”): transporta o excesso de colesterol do sangue de volta ao fígado para eliminação. Quanto mais alto, melhor.
- LDL e VLDL (colesterol “ruim”): quando em excesso ou oxidados, podem se depositar nas paredes das artérias, contribuindo para o desenvolvimento de placas de aterosclerose.
⚠️ Importante: o LDL só se torna preocupante em contextos específicos, como inflamação crônica, resistência à insulina, tabagismo ou histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces.
Colesterol alto = risco automático? Não necessariamente.
Muitos pacientes se assustam ao ver um exame com “LDL elevado”, mas a medicina moderna entende que números isolados não contam toda a história. É preciso avaliar:
- O perfil lipídico completo (HDL, triglicerídeos, relação LDL/HDL)
- A presença de outros fatores de risco (pressão alta, diabetes, sedentarismo, tabagismo)
- Marcadores inflamatórios (como PCR ultra-sensível)
- O contexto clínico individual (idade, genética, estilo de vida)
Por isso, na Clínica Fares, não tratamos “exames”, e sim, pessoas. Um valor levemente elevado em um indivíduo saudável, ativo e com HDL alto pode ser muito menos preocupante do que um “colesterol normal” em alguém com inflamação crônica e vida sedentária.
Quando agir? Com equilíbrio e prevenção
Se há indicação de intervenção, o primeiro passo nunca é pular para medicamentos, a menos que haja risco cardiovascular muito alto ou condições genéticas (como hipercolesterolemia familiar).
Priorizamos:
- Reeducação alimentar com foco em alimentos reais, não em “dietas milagrosas”
- Atividade física regular (que aumenta o HDL e melhora o metabolismo lipídico)
- Controle do estresse e do sono (fatores subestimados no equilíbrio hormonal e inflamatório)
- Avaliação contínua e individualizada, com metas realistas
E, se necessário, usamos medicações com segurança e acompanhamento rigoroso, sempre explicando riscos, benefícios e alternativas.
Conclusão: respeito pela complexidade do corpo
O colesterol não é um vilão. É um aliado fisiológico que, em desequilíbrio, pode sinalizar que algo mais precisa ser ajustado, e não apenas na dieta, mas no estilo de vida como um todo.
Na Clínica Fares, promovemos uma abordagem científica, humanizada e livre de alarmismos. Porque cuidar da saúde exige clareza, responsabilidade e respeito pela inteligência do corpo humano.
Ainda tem dúvidas?
Seu exame de colesterol gerou alguma preocupação? Não se assuste: agende uma consulta com nossos médicos para uma interpretação completa, contextualizada e voltada ao seu bem-estar real.
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