Tempo estimado de leitura: 3 minutos

A carga mental que levamos para casa depois de um dia desafiador. A pressão constante por precisão e empatia, mesmo quando nossas próprias reservas estão no limite. Se essa realidade soa familiar, você sabe que ser um profissional de saúde é uma vocação que exige tudo de nós. E, honestamente, a conversa sobre o custo disso para nossa própria saúde mental é, muitas vezes, deixada para depois.

Por isso, na mais recente Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), a Clínica Fares decidiu colocar o dedo na ferida e focar no que mais importa: a saúde mental da nossa equipe. A neurologista Camila Freria Fernandes discorreu durante uma hora em uma palestra sobre ansiedade, depressão e burnout em um momento de aprendizado e, acima de tudo, de acolhimento.

Por que falar abertamente sobre saúde mental na área da saúde?

A verdade é que a capa de “herói da saúde” pode pesar. A cultura da nossa profissão muitas vezes nos ensina a sermos resilientes a qualquer custo, ignorando os sinais de que algo não vai bem. Mas ignorar o esgotamento profissional não o faz desaparecer. Pelo contrário, ele impacta não apenas nosso bem-estar, mas também a qualidade do cuidado que oferecemos aos nossos pacientes.

Reconhecer essa vulnerabilidade não é fraqueza, e sim o primeiro passo para construir um ambiente de trabalho verdadeiramente seguro e sustentável. Foi com essa premissa que a palestra foi estruturada, a de fornecer conhecimento técnico e ferramentas práticas para o nosso dia a dia.

Principais insights da palestra sobre ansiedade, depressão e burnout

Para quem não pôde participar ou quer relembrar os pontos-chave, a palestra trouxe clareza sobre temas complexos. A abordagem foi completa, mas sem jargões desnecessários, e focada em ações práticas. Aqui estão alguns dos principais tópicos:

• História: Uma das maiores revelações para muitos foi entender que a saúde mental já era tema de preocupação desde a antiguidade. Com exemplos da civilização grega e egípcia, dra. Camila mostrou como não corresponde à realidade vincular o adoecimento psíquico às transformações da vida moderna. O estresse já era um fenômeno estudado e monitorado milênios atrás.
• Sinais de alerta silenciosos: Discutimos os sintomas que muitas vezes normalizamos: a fadiga constante que não melhora com o descanso, a irritabilidade crescente, a perda de satisfação com o trabalho e a sensação de distanciamento emocional. Reconhecer esses sinais em nós mesmos e nos outros é uma habilidade vital.
• Prevenção é o melhor remédio: A conversa foi além de “o que fazer quando o problema já está instalado”. Focamos em estratégias preventivas, como estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal, técnicas de *mindfulness* de 2 minutos para descomprimir entre atendimentos e a importância de criar uma rede de apoio genuína com colegas.

Mais que um evento, um compromisso contínuo

Além deste tema, o urologista Lucas Correa abordou o assunto principal em mês de Novembro Azul, a saúde masculina. Distribuição de brindes e cuidados com a pele também fizeram parte da programação. Entretanto, uma palestra, por mais impactante que seja, não resolve tudo. A SIPAT da Clínica Fares foi o catalisador para uma conversa que precisa ser contínua. Este evento reforça nosso compromisso em criar uma cultura onde pedir ajuda é um sinal de força e onde o bem-estar da equipe é visto como um pilar essencial para a excelência no cuidado ao paciente.

Este é apenas o começo, pois continuaremos a desenvolver recursos e abrir canais para que todos se sintam seguros e apoiados. Porque para cuidar dos outros, precisamos, primeiro, cuidar de nós mesmos.

E você, qual foi sua maior reflexão sobre o tema? Compartilhe nos comentários abaixo. Sua experiência é valiosa para todos nós.